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Luiza Brunet fala de Violência Doméstica com a comunidade brasileira no Japão.
Nos anos 1980, nove entre dez revistas estampavam Luiza Brunet em suas capas. Mas nem tudo foram flores na vida desta Top Model que rivalizou com Xuxa, num país em plena "ditadura das loiras".
Neste bate-papo com a comunidade brasileira de Hamamatsu, Japão, no Chiki Jouhou Center, dia 14 de julho, Luiza Brunet aos 57 anos, conta um pouco de sua infância e adolescência. E como se tornou uma ativista no combate à violência e ao feminicídio.
Aos 12 anos, quando chegou na rodoviária do Rio de Janeiro com a família vindo do Mato Grosso do Sul, viu uma revista Manchete e falou para a mãe que um dia seria capa daquela revista. A mãe, incrédula, disse, "pega essa trouxa e vamos embora!"
Luiza foi trabalhar de empregada doméstica, mas queimou a camisa do patrão ao passar ferro. Depois foi trabalhar como cabeleireira até se tornar modelo aos 17 anos e estampar 50 capas daquela revista Manchete que um dia viu na rodoviária. São histórias assim que emocionam a plateia, mas histórias da comunidade também emocionaram Luiza! Ao fim do bate papo, posou para fotos, sempre simpática, distribuindo abraços, demonstrando muito calor humano para uma comunidade brasileira do outro lado do mundo!
Osny Arashiro / Boa Dica
Exposição de gravuras do Japão que Van Gogh tanto admirava, no Museu Municipal de Artes de Shizuoka, fica até final de julho
SHIZUOKA - Até o dia 28 de julho de 2019, o Shizuoka City Museum of Art, popularmente chamado de Shizubi (museu de belas artes) estará exibindo 200 gravuras ukiyo-e da Coleção Mary Ainsworth.
Mary Ainsworth foi uma colecionadora de gravuras do Japão. Ao falecer em 1950, doou por testamento sua coleção de 1.500 xilogravuras para a faculdade de artes onde estudou, o Oberlin College, no estado de Ohio (EUA).
O termo ukiyo-e para as xilogravuras pode ser traduzido como "pinturas do mundo flutuante". Pela primeira vez essa coleção da Mary Ainsworth faz o caminho de volta e são exibidas no Japão. Grandes nomes do século 19 estão presentes na mostra: Harunobu, Utamaro, Sharaku, Hokusai, Hiroshige, entre outros!
Duas gravuras famosas são de Hokusai, "O Fuji Vermelho" e "Trovoada abaixo do Cume", ambas da série 36 Vistas do Monte Fuji, publicada em 1831. A exibição ganha mais destaque ainda devido a duas gravuras originais de Utagawa Hiroshige, que inspiraram Vincent Van Gogh e despertaram nele uma grande paixão pelas artes do Japão.
"Chuva na Ponte Ohashi" e "Jardim de Ameixas em Kameido", da série "100 Vistas de Edo", impressionaram tanto Van Gogh, que o pintor holandês pintou cópias em tinta a óleo. Essa admiração pelas artes do Japão, em especial por Hiroshige e Hokusai, fica claro nos trechos de várias cartas que ele escreveu ao irmão Theo:
Querido Theo!
... tenho uma quantia enorme de desenhos para fazer, porque gostaria de fazer desenhos no estilo das gravuras japonesas ...
... todo meu trabalho é baseado em alguma forma na arte japonesa ...
Mas Hiroshige também é cultuado no Japão. Sua série "53 Estações da Tokaido" publicada a partir de 1832, ganhou fama mundial. A série tem início no marco zero do Japão, a ponte Nihonbashi em Tokyo e encerra em Kyoto, na ponte Sanjo Ohashi.
Em 2017, a exibição Super Ukiyo-e reproduziu em 3D a ponte Nihonbashi dando animação à gravura do Hiroshige.
Tokaido é a primeira estrada que interligou Kyoto a Tokyo e foi construída a mando do shogun Tokugawa Iyeasu. Muitas pessoas passam por essa estrada nos tempos atuais, porém não se dão conta de que seja a Tokaido.
Uma outra gravura da série "53 Estações da Tokaido", presente nesta mostra é "Noite de neve em Kanbara". Kanbara era um antigo vilarejo a 30 km da cidade de Shizuoka, atualmente incorporada ao distrito de Shimizu.
Nossa reportagem se completa com uma visita ao Monumento a Kanbara, com réplicas da gravura do Hiroshige no marco original onde o gravurista se inspirou para desenhar sua obra.
COLEÇÃO MARY AINSWORTH DE UKIYO-E
Até 28 de julho de 2019, no Shizuoka City Museum of Art (fica em frente à Estação JR Shizuoka)
https://shizubi.jp/exhibition/future_190608.php
A partir de 10 de agosto até 29 de setembro de 2019,
a exibição estará no Osaka City Museum of Fine Arts
https://www.osaka-art-museum.jp/sp_ev...
Osny Arashiro / Boa Dica
Festival das Pipas de Hamamatsu
(Tako Age Matsuri) sempre é realizado no Golden Week
Considerado um dos maiores festivais de pipas do Japão, o Tako Age Matsuri de Hamamatsu, cidade da província de Shizuoka no Japão, simboliza prosperidade aos filhos e por isso é realizado no Dia das Crianças, no feriado prolongado do Golden Week, nos dias 3, 4 e 5 de maio.
O Festival das Pipas atrai cerca de 1,5 milhão de pessoas, sendo organizado em conjunto com o Hamamatsu Matsuri, porém em local separado, em Nakatajima, perto da praia de Enshuhama. Com uma tradição de mais de 450 anos, o Festival das Pipas é dos poucos matsuris (festival) do Japão sem evocação religiosa. Os relatos históricos contam que durante o Período Eiroku (1558-1569), o senhor feudal Iiwo Buzenn no Kami, do antigo Castelo de Hikuma (atual Castelo de Hamamatsu) celebrou o nascimento do seu primeiro filho, empinando uma pipa gigante com o nome da criança escrito. Acredita-se que tenha sido essa a origem do Festival das Pipas. O festival foi regularizado no Período Meiji, em 1887. Até a Segunda Guerra, era realizado no Parque de Wajiyama, bairro não muito distante do Castelo de Hamamatsu. Após a guerra, a partir de 1948, o local foi transferido para as dunas de Nakatajima onde é realizado até os dias de hoje. Hamamatsu também é conhecida pelo seu forte vento de monções, chamado Enshu no Karakaze, o que favorece empinar pipas gigantescas.
O festival continua comemorando o nascimento do primeiro filho homem. Mas nos tempos recentes, comemora-se também o nascimento da filha. A família sobe com a criança aos ombros dos participantes, vestidos de happi, um sobretudo confecionado de algodão, com o símbolo do grupo o qual pertence. Soam trombetas, rufam tambores, bandeiras tremulam! Lembra o exército da Cavalaria! A família puxa a corda da pipa. Quanto mais alto planar, significa que a criança crescerá saudável e com prosperidade, sendo esse o objetivo e o simbolismo da comemoração.
Osny Arashiro / Boa Dica